Glossário

Sem permissão

Moderate

Muitas vezes usado para descrever a blockchain, considera-se um sistema sem permissão quando não há entidade que possa regular quem pode usá-lo e como ele pode ser usado.

O Que É Sem Permissão?

Diz-se que um sistema é sem permissão quando não tem os chamados "gatekeepers". No caso da blockchain, podemos dizer que o Bitcoin é sem permissão, já que nenhuma entidade pode proibir ninguém de usá-lo ou limitar seu uso para qualquer propósito.

Simplificando, o Bitcoin é sem permissão, pois qualquer pessoa pode usá-lo da maneira que quiser, desde que o protocolo em si permita, sem que alguém possa interrompê-lo.

A natureza sem permissão da criptomoeda é frequentemente destacada pelos proponentes do Bitcoin como uma de suas principais características. Graças à sua ausência de permissão, o Bitcoin e sua blockchain podem ser usados por dissidentes políticos ou outras organizações listadas na blacklist de sistemas bancários, como os Wikileak e até mesmo criminosos. Nenhum estado pode censurar transações em uma blockchain sem permissão.

Os sistemas com permissão, por outro lado, possuem alguma entidade que limita quem e/ou como o sistema pode ser usado. O sistema financeiro tradicional é permitido, uma vez que bancos e estados limitam quem e para que fins as pessoas podem usar bancos e outras entidades financeiras.

Assim como o sistema financeiro tradicional, algumas blockchains também possuem permissão e não podem ser usadas por qualquer um e por qualquer motivo. Normalmente tais blockchains são usadas por empresas para um único propósito e só podem ser usadas pelos participantes do mercado, já que apenas os endereços whitelisted podem usar a cadeia.

O termo "sem permissão" se refere à propriedade do protocolo ser disponibilizada a todos, sem restrições. Sendo assim, não requer nenhuma permissão prévia.

Ele está amplamente incorporado no espírito descentralizado e open-source do ethos da comunidade de criptomoedas e blockchain que nenhum partido central deve ter a opção de permitir ou proibir qualquer pessoa de usar uma plataforma sem permissão. Portanto, qualquer pessoa que queira acessar uma blockchain geralmente não precisa fornecer identificação ou outros requisitos de KYC.

As blockchains sem permissão ou públicas garantem que ninguém seja discriminado ou censurado de forma alguma e que todos tenham oportunidades iguais de participar, seja quem for ou onde quer que esteja.

Geralmente, os mecanismos de consenso usados em redes sem permissão são proof-of-work (POW) ou proof of-stake (POS). Com estes mecanismos, é fundamental para a viabilidade do sistema a longo prazo que os participantes da sua rede (mineradores e stakers) sejam incentivados a serem honestos e a agirem em favor da operação. Exemplos típicos de redes sem permissão são o Bitcoin, Ethereum e Monero.
Elas contrastam com redes autorizadas, como o Diem do Facebook ou blockchains empresariais, onde uma parte central pode restringir ou censurar usuários de uma rede ou determinados tipos de atividades/transações. Eles também exigem que a identificação dos usuários seja declarada e inserida em seus registros. A maioria das redes com permissão são protegidas por criptografia por alguns validadores que estão autorizados a produzir blocos e/ou contribuir para a rede.