Argentina congela ativos relacionados à Libra, rastreando fluxo de $100–120 milhões.
Notícias Crypto
O judiciário federal da Argentina congelou ativos pertencentes ao promotor americano Hayden Davis e dois supostos intermediários ligados ao token Libra que colapsou. A ordem do juiz Marcelo Martínez de Giorgi cobre carteiras digitais, contas bancárias e imóveis de Davis, do operador argentino Orlando Rodolfo Mellino e do trader colombiano Favio Camilo Rodríguez Blanco.
Promotores obtiveram o congelamento para impedir transferências de ativos enquanto investigadores rastreiam um fluxo de dinheiro estimado entre $100 milhões e $120 milhões. A decisão orienta a Comissão Nacional de Valores Mobiliários da Argentina a notificar todos os Provedores de Serviços de Ativos Virtuais, estendendo o congelamento às plataformas cripto locais.
Libra disparou em fevereiro após o presidente argentino Javier Milei promover brevemente Davis nas redes sociais como conselheiro de blockchain e IA. O token despencou em poucas horas, eliminando cerca de $250 milhões em valor de mais de 40.000 investidores de varejo.
Davis promoveu vários tokens baseados em memes antes de se tornar a figura central do esquema alegado. Um juiz americano congelou $57 milhões em stablecoins USDC ligados a Davis e seus associados na extinta exchange Meteora em maio. O juiz posteriormente levantou as restrições ao determinar que Davis e o ex-CEO da Meteora, Ben Chow, não tentaram movimentar os fundos.
Investidores americanos e latino-americanos entraram com ação acusando Davis, Chow e outros de orquestrar um “rug pull”. A queixa invoca a Lei RICO, caracterizando Libra e M3M3 como componentes de fraude organizada.
As autoridades argentinas não apresentaram acusações criminais contra Milei, embora investigadores tenham observado que transferências cripto de Davis teriam ocorrido durante reuniões políticas de alto nível. Documentos judiciais descrevem intermediários convertendo tokens em dinheiro quando Davis se encontrou com Milei na Casa Rosada, gerando a controvérsia Cryptogate na mídia argentina.
O juiz Martínez de Giorgi especificou que o congelamento permanece ativo apenas enquanto garante evidências e protege possíveis restituições aos investidores. Os processos paralelos em Buenos Aires e Nova York representam uma coordenação incomum entre tribunais em continentes diferentes visando os mesmos ativos blockchain.
O escândalo demonstra como a aplicação transfronteiriça se cruza com complicações políticas em investigações de criptomoedas. O partido La Libertad Avanza de Milei venceu as eleições de meio de mandato apesar da controvérsia, fortalecendo sua posição antes da corrida presidencial de outubro de 2027.
