Banxico adverte que stablecoins podem representar risco à estabilidade financeira.
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O Banco do México alerta em um novo relatório de estabilidade financeira que as stablecoins apresentam riscos significativos à estabilidade financeira. O banco central citou crescimento rápido, vínculos com o sistema financeiro tradicional e lacunas regulatórias globais que podem alimentar arbitragem e ampliar o estresse do mercado.
O Banxico afirmou que a forte dependência das stablecoins de títulos do Tesouro dos EUA de curto prazo cria vulnerabilidade a situações de estresse. A concentração de mercado, com dois emissores controlando 86% do fornecimento, e episódios anteriores de descolamento, destacam a fragilidade do setor, de acordo com o relatório.
Sem salvaguardas internacionais coordenadas, resgates em massa ou falhas de emissores podem se espalhar para mercados de financiamento mais amplos. O banco central alertou que abordagens regulatórias divergentes criam fontes de risco crescentes, à medida que estruturas como MiCA da UE e GENIUS Act dos EUA impõem diferentes requisitos de reserva, resgate e proteção de depositantes.
As lacunas regulatórias podem incentivar arbitragem entre jurisdições, segundo a análise do Banxico. O banco pretende manter distância cautelosa entre o sistema financeiro tradicional e os ativos virtuais, citando seu potencial de causar estresse nos mercados mais amplos.
O Banxico reconheceu que stablecoins podem melhorar a eficiência de liquidação, reduzir custos de transferência e apoiar remessas e liquidez no DeFi. No entanto, o relatório enfatiza que os riscos superam os benefícios sem coordenação regulatória internacional adequada.
A adoção de crypto no México permanece relativamente baixa. O Índice Global de Adoção de Crypto da Chainalysis mostra que o país caiu para a 23ª posição em 2025, de 14ª em 2024.
O alerta do banco central reflete a postura cautelosa do México em relação às criptomoedas. Apesar de exchanges como Bitso operarem no mercado, o país não introduziu legislação significativa sobre ativos digitais e depende da Lei Fintech de 2018 como principal estrutura regulatória.
Brasil e Argentina lideram a adoção de crypto na América Latina. O relatório Geography of Crypto 2025 da Chainalysis mostra que a América Latina gerou quase US$ 1,5 trilhão em volume de transações crypto de julho de 2022 a junho de 2025, com a atividade mensal aumentando para quase US$ 88 bilhões em dezembro de 2024, ante US$ 20,8 bilhões em meados de 2022.
O Brasil recebeu US$ 318,8 bilhões em valor crypto durante o período, quase um terço de toda a atividade regional. A Argentina ficou em segundo lugar com US$ 93,9 bilhões em volume de transações. O banco central do Brasil finalizou regras em novembro que colocam empresas crypto sob supervisão bancária, enquanto o banco central da Argentina supostamente avalia permitir que instituições financeiras tradicionais negociem criptomoedas, revertendo potencialmente a proibição de 2022.
